SISTEMA FIERGS RECEBE BNDES PARA ESCLARECER DÚVIDAS SOBRE LINHAS DE CRÉDITO EMERGENCIAIS A INDÚSTRIAS
Com o objetivo de apresentar as linhas de crédito e os programas de apoio às indústrias afetadas pelo aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Com o objetivo de apresentar as linhas de crédito e os programas de apoio às indústrias afetadas pelo aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, o Sistema FIERGS recebeu em sua sede, nesta quarta-feira (24), a Caravana Brasil Soberano, promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O evento reuniu representantes de empresas exportadoras do Rio Grande do Sul e uma equipe técnica do BNDES, que detalhou medidas emergenciais do governo federal e esclareceu dúvidas sobre público-alvo e elegibilidade.
O presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, destacou a importância do esforço conjunto que vem sendo feito para auxiliar as indústrias gaúchas exportadoras, fortemente impactadas pelas tarifas de 50%. “Trata-se de um encontro focado em soluções práticas para os maiores desafios que a indústria gaúcha enfrenta neste momento: o impacto das tarifas de importação dos Estados Unidos e a urgência da modernização tecnológica. Temos a chance de receber orientações diretamente dos especialistas do BNDES, o que é fundamental para nós”, reforçou. Bier apontou, no entanto, que as taxas de juros elevadas e as cláusulas que exigem a manutenção de emprego em condições adversas acabam por dificultar o acesso das indústrias aos recursos.
Durante o evento, a equipe multidisciplinar do BNDES apresentou detalhes sobre as linhas de crédito emergenciais do Plano Brasil Soberano e os programas BNDES Mais Inovação e Crédito 4.0. O chefe do Departamento de Relacionamento do BNDES, Arthur Rezende, comentou que as iniciativas oferecidas pelo banco podem ajudar a reforçar pontos defendidos pelo Sistema FIERGS, como a competitividade e a inovação, dois dos quatro pilares da gestão de Bier.
Diante de dados sobre as exportações gaúchas, que têm como segundo principal destino os Estados Unidos, Rezende explicou os objetivos do programa Brasil Soberano: “Queremos apoiar os exportadores, sobretudo para a manutenção da atividade econômica, para a preservação e geração de empregos, que é um aspecto social importante, para a modernização e adaptação da atividade produtiva e para a diversificação de mercados internacionais, que também é uma adaptação importante”, disse.
Após a apresentação, a equipe esclareceu dúvidas específicas dos participantes, especialmente relacionadas ao público-alvo e à elegibilidade dos programas. A abertura do evento foi conduzida pelo diretor do CIERGS Marcus Coester.
Confira abaixo as condições para acessar cada uma das linhas de crédito:
APOIO A EXPORTADORAS
Linha Brasil Soberano
- Programa emergencial para mitigar impactos de tarifas externas (ex.: EUA).
- Recursos totais: R$ 40 bilhões – R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) + R$ 10 bilhões do BNDES.
- Finalidades: Capital de giro; Investimentos em adaptação produtiva; aquisição de bens de capital e busca de novos mercados.
- Critério: empresas que tiveram perda abrupta de exportações (superior a 5% do faturamento).
- Limites de financiamento: Até R$ 150 milhões para investimentos em bens de capital.
- Capital de giro: valores escalonados conforme porte da empresa (PMEs em torno de R$ 35 milhões).
- Prazos e carências: variam por modalidade, geralmente entre 5 e 10 anos, com carência de 12 a 24 meses.
- Condição especial: empresas que optarem por condições essas condições devem se comprometer a manter ou ampliar empregos.
INOVAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO
Crédito Indústria 4.0
- Financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos direto e em instituições credenciadas pelo BNDES em áreas como robótica, IoT, inteligência artificial, computação em nuvem e automação.
- Modalidade direta: a partir de R$ 10 milhões (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e R$ 20 milhões (demais regiões).
- Modalidade indireta: até R$ 50 milhões por cliente a cada 12 meses.
- Prazo: de 108 a 120 meses, com carência de até 24 meses.
Digitalização pelo Brasil Mais Produtivo
- Apoio à elaboração e implementação de planos de digitalização, com consultoria técnica do Senai-RS.
- Financiamento de até R$ 15 milhões por cliente a cada 12 meses, via agentes financeiros credenciados.
- Inclui aquisição de máquinas, softwares, obras civis, consultorias e treinamentos.
Investimento em P&D e plantas pioneiras
- Operações diretas e indiretas não automáticas. Financiamentos a partir de R$ 10 milhões (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e R$ 20 milhões para demais regiões.
- Apoio a planos de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
- Participação de até 100% e prazos de até 16 anos.