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24/08
O que o mercado espera para 2017?
O Relatório FOCUS é publicado todas as segundasfeiras pelo Banco Central e traz as previsões para as principais variáveis da economia brasileira, realizadas por cerca de 130 instituições do mercado financeiro, e fora dele. Tão importante quanto fazer uma análise estática dessas previsões é observar a sua evolução no tempo.

O Relatório FOCUS é publicado todas as segundas feiras pelo Banco Central e traz as previsões para as principais variáveis da economia brasileira, realizadas por cerca de 130 instituições do mercado financeiro, e fora dele.

Tão importante quanto fazer uma análise estática dessas previsões é observar a sua evolução no tempo. Esse acompanhamento possibilita entender como o mercado interpreta e precifica o impacto nas variáveis de cada um dos eventos que afetam a economia, bem como as medidas adotadas pelas autoridades de política econômica.

Desse modo, dificilmente as estimativas feitas com um ano de antecedência estão corretas, entretanto, na medida em que novas informações são incorporadas às previsões os cenários são ajustados e quando observamos uma janela maior de tempo, as projeções, na maioria das vezes, convergem para a vizinhança do valor realizado. As previsões para a taxa de inflação medida pelo IPCA foi um dos indicadores com maior ajuste nos últimos meses. Desde o início de fevereiro até a semana do dia 06 de abril, período em que Comissão do Impeachment aprova parecer na Câmara, a mediana das projeções apontava para 6,00% de inflação ao final de 2017. Desde então, os números foram revistos para baixo. Atualmente, o mercado espera um avanço de 5,12% para o IPCA no próximo ano. Nesse mesmo período, o cenário para os preços administrados por contrato e monitorados, que apontava para um avanço de 5,50% no Relatório do início de abril, passou para 5,30% no dado mais recente. Isso significa que o ajuste esperado para o índice cheio tende a vir mais dos preços livres. .

Talvez esse comportamento decorra do agravamento da crise interna, mas também de elementos como a cotação internacional do barril do petróleo e da taxa de câmbio. Além disso, a mudança na presidência do Banco Central e do Comitê de Política Monetária tem uma parcela de influência para a alteração no quadro inflacionário. A leitura do mercado é de que a nova direção do Banco Central será menos tolerante com os desvios da inflação em relação à meta. Esse ganho afetou a avaliação do mercado de como será o ciclo de redução da taxa Selic. Nas últimas semanas, as previsões para os juros no final de 2016 aumentaram 0,75 pontos base, chegando a 13,75% a.a.. Por outro lado, as projeções para 2017 foram revistas para baixo e estão em 11% a.a. Assim, a avaliação é de que a atual gestão manterá a taxa de juros mais elevada no curto prazo. Entretanto, esse comportamento não deve ser visto como uma captura do Banco Central pelo mercado. Todos reconhecem que a taxa de juros no Brasil é extremamente elevada.

Entretanto, o entendimento da dinâmica da inflação brasileira mostra que ela é alimentada pelo elevado déficit fiscal, pela inércia provocada pela extensa indexação da economia e pela baixa capacidade que a taxa Selic tem para influenciar as taxas de juros para as linhas de crédito administrado. Diante desses elementos, o voluntarismo em baixar os juros, sem as devidas reformas institucionais que dão suporte a um nível mais baixo da taxa Selic, nos moldes do que foi tentado durante o mandato anterior, nos custou o risco da volta do descontrole inflacionário. A taxa de câmbio é uma das variáveis mais difíceis de serem previstas, pois há uma grande quantidade de elementos que podem influenciar a sua cotação.

Além disso, a rapidez com que o mercado pode realizar transações que resultam em variações na sua cotação aumenta a dificuldade para que o timing da variação seja acertado. As projeções no início de abril para o final de 2016 e 2017 passaram de R$/US$ 3,70 e R$/US$ 3,85, respectivamente, para R$/US$ 3,30 e R$/US$ 3,45 no Relatório Focus desta semana. Esse movimento decorre fundamentalmente de dois elementos: o aumento na liquidez internacional e o efeito do impeachment sobre a confiança dos investidores externos. Por conta dessas expectativas mais favoráveis para o cenário macroeconômico, a taxa de crescimento também passou por revisão. No início de abril a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2016 era de -3,75% e 0,3% para 2017. Atualmente, o mercado espera que a queda na economia neste ano seja de 3,20% e o crescimento no próximo ano alcance 1,20%. Apesar da melhora, esses resultados ainda indicam que o Brasil passa pela maior recessão da sua história. Por fim, as previsões para o resultado primário do setor público consolidado (Estados, Municípios, Banco Central, Estatais e Governo Central) em 2016 passou de -1,4% do PIB, em abril, para -2,5% no último relatório. Essa piora decorreu da revisão nas contas pela nova equipe do ministério da fazenda e pela incapacidade do governo de apresentar medidas de contenção de gastos numa conjuntura de queda da arrecadação. Além disso, para o próximo ano, o resultado primário passou para 2,1% do PIB, um acréscimo de 1,05 p.p. sobre a expectativa no início de abril.

Num primeiro momento, é difícil entender o aumento do otimismo do mercado com a nova equipe ao passo que o principal problema de curto prazo, que é a inviabilidade financeira do setor público, apresentou sinais de piora. Acreditamos que esse é o principal sinal da confiança do mercado na equipe de Meirelles, pois mesmo mostrando que a situação é pior do que se imaginava a crença na capacidade de que medidas efetivas de ajuste sejam apresentadas se mantém viva.

Fonte: Unidade Econômica da FIERGS


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